Em um mundo cada vez mais digitalizado, é imprescindível refletirmos sobre a importância das experiências afetivas nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). A educação, ao transitar para o meio virtual, precisa manter e aprimorar elementos que promovam boas emoções e facilitem a experiência do usuário, sejam eles discentes ou docentes. Os efeitos de boas emoções são fundamentais para uma aprendizagem significativa e efetiva.

A diversidade de dispositivos utilizados para acessar AVAs, como computadores, tablets e smartphones, amplia as possibilidades de alcance desses ambientes. Entretanto, é crucial que esses sistemas sejam desenhados para atender aos diferentes perfis de estudantes, promovendo uma aprendizagem autônoma, autogerida e interacionista. Ao distanciar-se da simples reprodução de conceitos que geram estímulo-resposta, os AVAs podem evoluir para modelos interacionistas, alinhados a abordagens mais colaborativas.

Para isso, é necessária uma visão pedagógica inovadora, sugerindo um ambiente virtual bem-sucedido que deve integrar fatores cognitivos e emocionais de maneira simples e eficaz. Essa arquitetura afetivo-cognitiva não apenas influencia o comportamento dos estudantes por meio de emoções potencializadas, mas também facilita o processo de aprendizagem ao oferecer uma experiência do usuário mais fluida e acolhedora.

Quando se discute o impacto cognitivo-emocional nos AVAs, torna-se evidente a necessidade de considerar princípios da mente humana. Em pensar como criar produtos que priorizem a funcionalidade educacional, a facilidade de uso e o bem-estar dos estudantes. Assim, o design de AVAs deve incorporar uma abordagem que valorize a experiência cognitiva e afetiva dos usuários, promovendo uma relação socioemocional significativa entre discentes e docentes. O uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) podem contribuir diretamente.

Os primeiros trabalhos, embora não se classificavam especificamente como de Computação Afetiva, já buscavam expressar emoções, por intermédio de Agentes Pedagógicos Animados (APAs), de forma a engajar o estudante e fornecer uma comunicação mais antropomórfica. Os APAs são agentes (software inteligente) representados por um personagem animado que interage com os usuários por meio de expressões faciais e gestuais e diálogo. Nos primeiros trabalhos envolvendo APAs, os agentes mostravam emoções como uma forma de interação mais natura (Jaques; Nunes (2021, n.p).

Em um AVA, por meio das TDICs, as emoções devem ser estimuladas por tarefas e atividades que não apenas promovam o aprendizado, mas também o bem-estar e a satisfação dos estudantes.

Ao projetar AVAs que considerem os aspectos éticos, cognitivos e emocionais, é possível criar espaços onde a educação se torne mais humana e eficaz. Essa perspectiva reforça a importância de integrar tecnologias de maneira que valorizem a experiência do usuário, com foco no impacto positivo que elas podem ter no processo educacional.

Os AVAs representam uma oportunidade única para a educação no século XXI. No entanto, para que alcancem seu potencial máximo, é essencial que se voltem às experiências afetivo-cognitivas de seus usuários. Somente assim poderemos garantir que a educação em meio virtual não seja apenas uma alternativa viável, mas também uma experiência transformadora.

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Referência:

GAVA, G. L.; HAVIARAS, M. Arquitetura Pedagógica para Novos Objetos Digitais de Aprendizagem visando a Computação Afetiva. EaD em Foco, [S. l.], v. 13, n. 1, p. E1736, 2023. DOI: 10.18264/eadf.v13i1.1736. Disponível em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/1736. Acesso em: 13 jan. 2025.

JAQUES, P. A.; NUNES, M. A. S. N. Computação Afetiva aplicada à Educação. Informática na Educação: games, inteligência artificial, realidade virtual/aumentada e computação ubíqua. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021. (Série Informática na Educação CEIE-SBC, v.7). Disponível em: https://ieducacao.ceie-br.org/computacaoafetiva – Acesso em: 13 jan. 2025.